sábado, 6 de abril de 2013

Resenha - "Deus Existe"


“Deus Existe” (“The Genius Club”, 2006, produção independente escrita e dirigida por Tim Chey, EUA) é um filme de suspense que, de forma sutil, leva o público a refletir sobre o sistema de relações políticas, sociais e econômicas existente no mundo. Armand é um pensador revolucionário que plantou uma bomba embaixo da cidade de Washington DC. Ele ameaça detoná-la se um seleto clube de gênios não conseguir resolver todos os problemas do mundo em uma única noite. O presidente convoca sete americanos com QI superior a 200: Um professor de matemática vencedor de um Prêmio Nobel, uma cientista, um seminarista, uma dona de cassino, um jogador de baseball, um entregador de pizzas e uma mulher que luta contra o câncer. Na véspera do Natal, o grupo é reunido em um depósito, onde Armand inicia um jogo. Se os sete, mais o preocupado presidente e o irritável agente Brian, não conseguirem marcar mil pontos antes do amanhecer, todos morrerão. Durante a madrugada, Armand faz várias perguntas a eles expondo as falhas da humanidade e detalhes minuciosos de problemas comuns a todos. Entre os assuntos debatidos estão a viabilidade e os efeitos do capitalismo, os motivos menores das guerras, a existência de Deus, a política e os vícios pessoais.
Cada um deles tem uma história pessoal e um segredo. No decorrer do filme, as máscaras que todos usam acabam por cair, revelando as verdadeiras personalidades dos presentes. Em algum momento, todos são forçados a enfrentar algo do passado e usar isso para conseguirem mais pontos ou, no mínimo, ter uma epifania.
Embora passe por temas já debatidos e sem resposta definida, “Deus Existe” é pioneiro por fazer uma abordagem nova, sob a luz de um grupo que necessita achar respostas para sobreviver. O sistema de pontuação utilizado por Armand é muito subjetivo e os pontos são dados por cada resposta recebida sem que se tenha um padrão ou critério. O dito terrorista mostra ter um conhecimento e uma relação próxima com o agente Brian, da guarda pessoal do presidente, e por vezes o público é levado a pensar que Brian é o protagonista da história – reforçado pelo fato de ele ser o narrador de abertura. Ele também é a ligação daquele pessoal com o lugar onde está a bomba, e aquele que se dispõe a descobrir a senha que a desativa.
O cenário principal do filme é o depósito com a mesa e a tela onde os debates acontecem. Devido a isso, poucas vezes são utilizados ângulos abertos, sendo predominantes os closes. As cores escuras e os vídeos de Armand na penumbra reforçaram o clima de suspense e ação rápida. Nas cenas externas, porém, há excesso de cores e luzes. Também é possível notar, embora o elenco tenha sido bem escolhido e bem orientado, um certo exagero em emoções mais fortes, como raiva e tristeza.