segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ciúme - Um mal desnecessário


Com o passar dos anos, os relacionamentos amorosos passaram por várias e várias adaptações ao convívio social. Algumas compreensíveis, outras nem tanto, mas tem uma em particular que simplesmente não tem o menor propósito real de existir: o ciúme. Já parou pra pensar no que realmente é o ciúme? O dicionário o classifica como “pesar, despeito por ver alguém possuir um bem que se desejaria ter […], receio de que a pessoa amada se apegue a outrem”. Essa última frase é bem sugestiva. No fundo, denota uma dose enorme de insegurança e, portanto, desconfiança. O ciúme só aparece quando uma das partes não confia inteiramente na outra, e não adianta virem os falsos românticos pra cima de mim dizerem que não é assim que funciona. Tem quem defenda que só o ciúme exagerado é ruim, só que na verdade todo o ciúme é ruim, porque todo ele implica em uma única coisa: falta de amor verdadeiro. A verdade pura e simples é essa. Quem tem ciúme não ama de verdade, porque não se trata de um sentimento de amor, e sim de posse. Quem sente ciúme almeja ser o único dono, o que transforma o ser “amado” em mero objeto.
O ciúme já foi motivo e palco de diversos assassinatos, e em todos eles o criminoso afirma que fez o que fez “por amor” (sugiro aqui o livro “A Paixão no Banco dos Réus”, de Luiza Nagib Eluf, que ilustra perfeitamente tudo o que eu estou falando aqui). Se formos analisar caso a caso, veremos que nunca houve um motivo concreto pra que tudo acontecesse. O ciúme cega, e o que era sentimento passa a ser racional na visão da pessoa, sendo que NUNCA é racional. A pessoa pode até ter motivos pra ter ciúme, mas à margem da mera desconfiança o que se deve fazer é investigar se o medo tem fundamento. Já vi diversos namoros à minha volta desmoronarem devido a isso. O ser humano é tão orgulhoso que se recusa a admitir a possibilidade de estar errado. Quando o coração domina o cérebro, tudo tende a ir mal. O amor não é idiota, mas o ciúme detroi o equilíbrio.
E é isso o que nos mantém cada vez mais unidos.